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Universal Dependencies - Portuguese - PetroGold

LanguagePortuguese
ProjectPetroGold
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Annotationde Souza, Elvis; Freitas, Cláudia; Silveira, Aline; Cavalcanti, Tatiana; Castro, Maria Clara; Evelyn, Wograine

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s-1 Capítulo 1
s-2 Introdução
s-3 As acumulações de óleo pesado são volumetricamente muito importantes uma vez que existem expressivas reservas de óleo pesado descoberto e existe a possibilidade de que novas reservas sejam descobertas.
s-4 Os recursos mundiais de óleo pesado e extrapesado in place somam 6 trilhões de barris, volume cerca de três vezes maior que o total de óleo convencional, do qual aproximadamente metade foi produzido.
s-5 O Brasil, segundo dados do final de 2004, dispõe de uma reserva provada de petróleo líquido de 11 bilhões de barris, sendo 2,9 bilhões a parcela referente a óleos pesados, em sua maior parte situada em campos marítimos. (Bannwart e Trevisan, 2006).
s-6 As reservas mundiais de óleo pesado apresentam grandes depósitos no oeste do Canadá (Athabasca) e leste da Venezuela (Faixa petrolífera do Orinoco), como pode ser observado na figura 1.1 abaixo.
s-7 Figura 1.1: Principais reservas de óleo pesado. (Fonte Smalley,2001)
s-8 Óleos pesados mostram pouca ou nenhuma mobilidade, mesmo em condições de subsuperfície, devido à sua alta viscosidade.
s-9 Portanto, eles freqüentemente não são produzíveis por técnicas convencionais.
s-10 Às vezes, uma pequena quantidade de óleo pesado pode ser produzida, com uma eficiência muito baixa do processo de recuperação primária.
s-11 Conforme as reservas de óleo leve diminuem, a produção de óleo pesado pode expandir-se para atender a demanda.
s-12 Dentre as tecnologias que estão sendo estudadas está a técnica Coreflow que consiste na injeção de uma pequena vazão de água junto ao escoamento de óleo.
s-13 A injeção de água é feita pelas laterais do tubo de produção formando um filme anular de água que permanece em contato com a tubulação reduzindo drasticamente a queda de pressão.
s-14 Em uma operação de escoamento de óleo pesado utilizando o método coreflow podem ocorrer imprevistos que ocasionem uma parada inesperada das bombas de água e óleo.
s-15 No caso de linhas horizontais a sedimentação gravitacional faz com que haja um acúmulo de óleo na parte superior da tubulação e uma fina camada de água na parte inferior da tubulação.
s-16 Para a remoção deste óleo é necessário pressurizar a linha com água para que esta aos poucos remova o óleo acumulado na parte superior.
s-17 A repartida de linha precisa ser realizada sem a ocorrência de picos de pressão e de forma a remover o plugue de óleo acumulado durante o período em que o sistema ficou em repouso.
s-18 O presente trabalho se propõe a estudar o procedimento de repartida, realizado ligando-se somente a bomba de água, de uma linha de escoamento óleo pesado / água em padrão core flow que sofre uma parada inesperada das bombas de óleo e água, a fim de contribuir para a consolidação prática da técnica de core flow.
s-19 Para isso foram realizados experimentos em diferentes condições, isto é, com diferentes holdups de óleo, diferentes tempos em que as bombas de óleo e água permanecem paradas e diferentes vazões de água para a limpeza de linha.
s-20 Capítulo 2
s-21 Revisão da Literatura
s-22 2.1 Aspectos Gerais sobre o Petróleo
s-23 O petróleo caracteriza-se por ser uma mistura complexa de hidrocarbonetos composta pelos grupos de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromáticos, resinas e asfaltenos.
s-24 A análise elementar do óleo cru típico confirma esta afirmação mostrando que os elementos presentes em maior proporção são o carbono (83 87%) e hidrogênio (11 14%).
s-25 Outros elementos químicos aparecem com porcentagens menores como o nitrogênio (0,11 a 1,7%), o enxofre (0,06 a 8%), o oxigênio (0,1 a 2%) e metais (até 0,3%).
s-26 Os metais que podem ocorrer no petróleo são: ferro, zinco, cobre, chumbo, molibdênio, cobalto, arsênico, manganês, cromo sódio, níquel e vanádio, sendo os dois últimos de maior incidência. (Thomas, 2001).
s-27 2.1.1 Composição
s-28 Os hidrocarbonetos saturados constituem o maior grupo, formado por alcanos normais (n-parafina), isoalcanos (isoparafinas) e cicloalcanos (naftenos).
s-29 No petróleo são encontradas parafinas normais e ramificadas, que vão do metano até 45 átomos de carbono.
s-30 As parafinas normais usualmente representam cerca de 15 a 20% do petróleo, variando, no entanto, entre limites bastante amplos (3 a 35%).
s-31 Os Hidrocarbonetos aromáticos incluem aromáticos puros, moléculas cicloalcanoaromaticas (naftenoaromaticas) e geralmente compostos cíclicos sulfúricos.
s-32 Os últimos são mais frequentemente derivados de benzotiofenos.
s-33 A quantidade total destes compostos cíclicos sulfúricos pode ser estimada através do conteúdo de enxofre da fração aromática.
s-34 As Resinas e asfaltenos são constituídos pela da fração cíclica de alto peso molecular dos petróleos brutos , incluindo átomos de N , S e O. Todos os óleos crus são compostos , em diferentes quantidades , por estes 4 grupos de componentes : hidrocarbonetos saturados , hidrocarbonetos aromáticos , resinas e asfaltenos .
s-35 A quantidade relativa de cada grupo de hidrocarbonetos presente varia muito de petróleo para petróleo.
s-36 Como conseqüência, segundo estas quantidades, diferentes serão as características dos tipos de petróleo.
s-37 Para a caracterização da composição do petróleo utilizam-se métodos de fracionamento que utilizam técnicas de destilação, como a cromatografia gasosa e a líquida.
s-38 A fração pesada residual que não é identificada inicialmente, passa um teste de comportamento de solubilidade em que estes componentes entram em contato com solventes orgânicos parafínicos e aromáticos, o que classifica as frações em saturados, aromáticos, resinas e asfaltenos (SARA), ilustrado na Figura 2.1. (Tissot e Welte, 1984).
s-39 (2.1)
s-40 Onde é a densidade relativa do petróleo a 60/60 °F.
s-41 2.1.2 Classificação do petróleo
s-42 Os diversos tipos de petróleo são separados em classes de acordo com seus componentes principais: os de classe parafínica apresentam 75% ou mais de parafinas; os de classe parafínico-naftênica apresentam de 50% a 70% parafina e mais de 20% de naftênicos; os de classe naftênica apresentam mais do que 70% de naftênicos; os de classe aromática intermediária apresentam mais de 50% de hidrocarbonetos aromáticos; os de classe aromático-naftênica apresentam mais de 35% de naftênicos e os petróleos de classe aromático-asfaltica mais de 35% de asfaltenos e resinas. (Thomas, 2001).
s-43 2.1.3 As resinas e asfaltenos
s-44 Resinas e asfaltenos são moléculas grandes com alto peso molecular, com alta relação carbono/hidrogênio e presença de heterocompostos, como enxofre, oxigênio e nitrogênio (de 6,9 a 7,3%).
s-45 A estrutura básica é constituída de 3 a 10 ou mais anéis, geralmente aromáticos, em cada molécula.
s-46 As estruturas básicas das resinas e asfaltenos são semelhantes, mas existem diferenças importantes.
s-47 Asfaltenos não estão dissolvidos no petróleo e sim dispersos na forma coloidal.
s-48 As resinas, ao contrário, são facilmente solúveis.
s-49 Asfaltenos puros são sólidos escuros e não voláteis.
s-50 As resinas puras, além de serem líquidos pesados ou sólidos pastosos, são tão voláteis como um hidrocarboneto do mesmo tamanho.
s-51 Podem causar sérios problemas, como: formação de depósitos orgânicos (fouling) nos reservatórios e linhas de escoamento, alteração na molhabilidade da rocha e a formação e estabilização de emulsões de água em óleo. (Tissot & Welte, 1984; Thomas, 2001 e Ramos, 2001).
s-52 As resinas desempenham um papel fundamental na dissolução de asfaltenos dos petróleos crus devido ao fato das mesmas possuírem compostos fortemente polares que se associam aos asfaltenos.
s-53 As interações Resina Asfalteno, especialmente através de ligações de hidrogênio, são preferidas a associação asfalteno asfalteno e então as resinas mantém os asfaltenos em suspensão. (Tissot & Welte, 1984; Moreira, 1993 e Ramos, 2001).
s-54 Na figura 2.2 as interações Resina Asfalteno e Asfalteno Asfalteno são exemplificadas.
s-55 Quando o óleo contem um quantidade suficiente de resinas e hidrocarbonetos aromáticos os asfaltenos são completamente dispersos.
s-56 Caso contrário, se houver uma deficiência dessas moléculas, pode haver mais interações entre os asfaltenos e a formação de agregados extensos.
s-57 Esta situação resultará em óleo de viscosidade maior , e eventualmente uma estrutura tipo gel. .
s-58 Esta consideração pode explicar a alta viscosidade observada nos óleos pesados degradados.
s-59 2.2 Aspectos Gerais sobre Óleos Pesados
s-60 As acumulações de óleo pesado têm uma viscosidade de 100 a 10000 centipoises em condições de reservatório e uma densidade de 0,93 a 1,00 g / cm3 (10° 12° a 20° API) aproximadamente.
s-61 Define-se também o óleo extra pesado como aquele de densidade acima de 1,00 g/cm3 (API < 10°), medido em condições ambientes. (Tissot e Welte, 1984).
s-62 2.2.1 Composição dos Óleos Pesados
s-63 Óleos pesados e extra pesados são, na maioria dos casos, o resultado da degradação de petróleo em reservatórios: eles são, portanto, produtos residuais que ocorrem em rochas porosas (arenitos, carbonatos, etc), onde o petróleo entrou por migração, acumulou-se e tornou-se degradado por um dos seguintes processos: biodegradação, água de formação, perda de voláteis e oxidação inorgânica.
s-64 Como todos os tipos de petróleo, os óleos pesados são constituídos de hidrocarbonetos, resinas e asfaltenos.
s-65 No entanto, a proporção destes constituintes nos óleos pesados é diferente da existente nos óleos convencionais.
s-66 Os óleos pesados contêm menos hidrocarbonetos, especialmente os alcanos, mais compostos aromáticos sulfúricos, resinas e asfaltenos.
s-67 Eles pertencem à classe naftênico-aromática e asfáltico-aromática.
s-68 Os hidrocarbonetos saturados geralmente somam menos do que 25% nos óleos pesados, com um valor médio de 16%, comparado a 57% nos óleos normais.
s-69 Os hidrocarbonetos aromáticos e derivados de benzotiofenos freqüentemente representam de 25 35% da composição dos óleos pesados, com um valor médio de 30%, sendo este valor comparável ao valor médio de 29% existente nos óleos normais.
s-70 As resinas e asfaltenos somam de 25 a 70% da composição dos óleos pesados.
s-71 2.2.2 Utilização
s-72 Hoje, a maior parte do petróleo pesado produzido é transformado em produtos petrolíferos refinados.
s-73 Outro uso do óleo pesado é como combustível para estações de energia.
s-74 No entanto, o óleo pesado leva a desvantagem de possuir uma alta razão carbono/hidrogênio, o que significa que, em comparação com óleos leves ou gás natural, este tipo de óleo produz muito mais dióxido de carbono por unidade de energia produzida.
s-75 Conforme as reservas de óleo leve diminuem, a produção de óleo pesado pode expandir-se para atender a demanda.
s-76 As novas tecnologias que produzem condições para a utilização dos óleos pesados de forma eficiente são a chave para que todo o potencial dos óleos pesados seja aproveitado. (Smalley,2001).
s-77 2.2.3 Viscosidade: Parâmetro físico importante
s-78 A viscosidade é provavelmente o parâmetro físico mais importante dos óleos pesados, uma vez que sua produção e transporte dependem deste parâmetro.
s-79 Assim como a densidade, a viscosidade é influenciada pela quantidade de resinas e asfaltenos.
s-80 A viscosidade, no entanto, também é influenciada pelo estado físico dos asfaltenos, isto é, o tamanho e estrutura das micelas formadas pela interação com resinas e aromáticos.
s-81 Em óleos pesados degradados pode ocorrer uma deficiência de resinas e aromáticos e um excesso de asfaltenos devido à degradação in situ, uma vez que o óleo tenha migrado para o reservatório.
s-82 Deste modo os asfaltenos não estão mais completamente dispersos e podem formar agregados de grande tamanho.
s-83 Esta situação é responsável pelo aumento da viscosidade. (Tissot e Welte, 1984).
s-84 2.3.
s-85 Método Coreflow
s-86 Os óleos pesados carregam consigo um conjunto único de desafios técnicos quando se trata de explorá-los .
s-87 O transporte de óleo pesado é dificultado devido às suas propriedades de fluxo lento, e sua propensão a precipitar substâncias indesejáveis como os asfaltenos.
s-88 O método de Core flow foi proposto pela primeira vez por Russel et. al. (1959) e Charles et. al. (1961) que estudaram tecnologias de transporte de óleos pesados.
s-89 Avanços posteriores ocorreram na Holanda com Ooms (1972) e Ooms e Oliemans (1984), e nos Estados Unidos com Joseph et al (1984).
s-90 Foram construídos oleodutos, operando conforme tecnologia core flow, na Venezuela e nos Estados Unidos, cujos bons resultados indicam a viabilidade prática dessa técnica (Vara, 2001).
s-91 A técnica Core Flow, permite elevar e transportar petróleo de alta viscosidade de forma simples e econômica, reduzindo a resistência do óleo pesado no trajeto do poço até a plataforma, com um bombeamento e pressão interna nas linhas reduzida.
s-92 Este método se baseia na injeção de uma pequena vazão de água, à temperatura ambiente, nas laterais do tubo de produção formando um filme (anel) lubrificante em toda sua extensão com uma configuração anular, conforme exemplificado na Figura 2.3.
s-93 A água, em contato com o duto, diminui a perda de pressão por atrito, permitindo que o óleo seja transportado até a superfície pelo centro do duto, com uma potência de bombeamento similar à da água. (Vanegas, 1999).
s-94 O método de core flow foi aplicado em escala de campo em uma linha de teste (piloto) instalada em San Tomé, Venezuela, como pode ser visto na figura 2.4.
s-95 A linha possuía 1 km de comprimento e 20,32 cm de diâmetro.
s-96 Utilizou-se uma fração de água de 10% com velocidades superficiais variando entre 0,2 m/s e 2 m/s.
s-97 O óleo utilizado possuía de 8 a 14º API e viscosidade entre 3 Pa.s a 100 Pa.s.
s-98 Os melhores resultados foram obtidos em frações de água de 8% a 12% em qualquer velocidade.
s-99 Existem linhas comerciais que operam na Venezuela, Estados Unidos (Califórnia) e Canadá (Joseph & Renardy, 1993).
s-100 Vanegas (1999), em sua dissertação de mestrado, testou a tecnologia de escoamento anular óleo-água (core flow) em escala de laboratório para a elevação de uma óleo de viscosidade 17,6 Pa.s e densidade 963,6 Kg/m3.

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