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Universal Dependencies - Portuguese - PetroGold

LanguagePortuguese
ProjectPetroGold
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Annotationde Souza, Elvis; Freitas, Cláudia; Silveira, Aline; Cavalcanti, Tatiana; Castro, Maria Clara; Evelyn, Wograine

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s-1 Capítulo 1 - Introdução
s-2 1.1. Biocombustíveis - O biodiesel
s-3 A maior parte da energia consumida no mundo é obtida a partir da queima de carvão e de derivados de petróleo, como a gasolina, o querosene e o óleo diesel, este último amplamente utilizado para movimentar ônibus, caminhões e embarcações.
s-4 Considerando-se que previsões de escassez das reservas petrolíferas, os altos preços do barril de petróleo no mercado internacional e a necessidade de redução da emissão de gases de efeito estufa e poluentes, torna-se imprescindível a diversificação da matriz energética brasileira e a utilização em maior quantidade de combustíveis que não sejam de origem fóssil, como os biocombustíveis.
s-5 Conforme Lei n°. 9478/97, biocombustível é o combustível derivado de biomassa renovável, para uso em motores a combustão interna ou conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir, parcial ou totalmente, combustíveis de origem fóssil.
s-6 Atualmente, um dos biocombustíveis mais pesquisados é o biodiesel.
s-7 Segundo a ANP [1] (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o biodiesel é um combustível composto de mono-ésteres alquílicos de ácidos graxos de cadeia longa derivados de óleos vegetais ou gorduras animais.
s-8 Ele é produzido através da reação de um óleo vegetal ou gordura animal com um álcool (etanol ou metanol) na presença de um catalisador.
s-9 Tal reação gera glicerina além do biodiesel.
s-10 Dessa forma, o biodiesel é um combustível renovável derivado de óleos vegetais, como girassol, mamona, soja, dendê e demais oleaginosas ou de gorduras animais.
s-11 É biodegradável, e substitui total ou parcialmente o óleo diesel nos motores de ciclo diesel, com a vantagem de não requererem adaptações mecânicas dependendo da proporção de biodiesel misturado ao óleo diesel.
s-12 1.2.
s-13 Motivação
s-14 O estudo de possíveis combustíveis alternativos derivados de biomassa não é um novo tópico em nosso país.
s-15 Podendo ser observado que no Brasil algumas décadas foram feitos esforços e leis foram criadas para incentivar a mistura de biodiesel no óleo diesel da frota de veículos terrestres, e álcool do bagaço da cana na gasolina.
s-16 O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira com a publicação da lei 11.097/2005.
s-17 A partir da publicação dessa lei, o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) foi elaborado através de uma parceria entre um grupo de trabalho interministerial, encarregado de apresentar estudos sobre a viabilidade de utilização de óleo vegetal para produção de biodiesel.
s-18 Os estudos de viabilidade foram coordenados pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, e em janeiro de 2008 iniciou-se a obrigatoriedade da adição de 2% de biodiesel ao óleo diesel.
s-19 Essa proporção foi aumentada em janeiro de 2010 para 5% de biodiesel, fazendo que os veículos abastecidos em território brasileiro utilizem um combustível com 95% de óleo diesel e 5% de biodiesel.
s-20 Entretanto, a maior fonte de produção de biodiesel no Brasil é a soja que também é fonte de alimento.
s-21 Essa dupla função da soja gera muitas discussões acerca do uso desta para a produção de combustível.
s-22 Somando-se a esse fato a demanda cada vez maior por combustíveis renováveis, a busca por novas fontes de óleo para a produção de biodiesel é cada vez maior.
s-23 Além disso , algumas características conferem ao biodiesel importância técnica , ambiental e econômica , são elas [ 1 ] : O biodiesel é energia renovável .
s-24 As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.
s-25 Segundo ANP um dos princípios do marco regulatório para produção de biodiesel é o aproveitamento das oleaginosas de acordo com as diversidades regionais, fortalecendo as potencialidades de cada região para produção da matéria-prima.
s-26 É importante para a balança comercial que cofere segurança energética ao país.
s-27 Ou seja, diminui a dependência do diesel externo.
s-28 1.3. Objetivo
s-29 É inegável a importância dos motores ciclo diesel na matriz energética brasileira, e do biodiesel como alternativa à substituição parcial do óleo diesel.
s-30 Contudo, ensaios em motores de combustão interna são necessários para validação do uso de misturas de biodiesel ao diesel de origem mineral.
s-31 Dessa forma, o objetivo desse trabalho é pesquisar e estudar a viabilidade operacional da utilização de biodiesel de melaço e vinhaça de cana-de açúcar em motores diesel.
s-32 Capítulo 2 - Revisão da Literatura
s-33 2.1. Biodiesel em Motores Diesel
s-34 Os principais produtores e consumidores do biodiesel são a Alemanha, França e Itália, possuindo subsídios para incentivar as plantações de matérias-primas oleaginosas em áreas não exploradas, mais isenção de 90% de impostos.
s-35 no Brasil, de acordo com o Ministério das Minas e Energia, cerca de 800 milhões de litros de biodiesel devem ser produzidos por ano, o que contribuiria para reduzir as importações de diesel de petróleo, estimados em 4 bilhões de litros.
s-36 Portanto, a produção de biodiesel atinge positivamente a balança comercial brasileira, visto que cerca de 20% do óleo diesel consumido no país é importado.
s-37 Segundo Grando et al. [2], a crescente demanda por combustíveis renováveis como alternativa aos combustíveis fósseis e a maior preocupação internacional com o aquecimento global, amplificada com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto em 2005, evidencia os benefícios dos biocombustíveis.
s-38 O biodiesel contribuirá para melhorar as condições ambientais a partir da redução da emissão de gases poluentes e particulados.
s-39 A utilização de óleos vegetais em motores ocorre alguns anos no Brasil, em Curitiba testes com Biodiesel foram realizados no sistema de transporte coletivo da cidade na proporção de 20% de biodiesel para 80% de óleo diesel, e o ônibus circulou em condições normais de trabalho, apresentando desempenho semelhante ao do uso do diesel convencional (Zagonel et al. [4]).
s-40 O estudo do uso de diferentes tipos de combustíveis alternativos, produzidos pela mistura de óleos vegetais com óleo diesel B2 (2% de biodiesel e 98% de óleo diesel), em um motor diesel, foi realizado por Ali et al.
s-41 [5] em bancada dinamométrica.
s-42 Os testes mostraram que o desempenho do motor foi similar ao obtido com o óleo diesel indicando que não haveria efeito no desempenho do motor após 200 horas do funcionamento do dinamômetro.
s-43 Constataram que o motor operou satisfatoriamente por 148 horas, e a potência, o torque e o consumo específico mantiveram-se constantes.
s-44 A análise do óleo do motor a intervalos de 45 horas mostrou que a redução na necessidade após 100 horas de operação foi típica de uma operação normal com diesel.
s-45 O desgaste do motor, avaliado com base na concentração de metais no óleo lubrificante, permaneceu dentro do limite normal recomendado para aquele tipo de motor.
s-46 Barbosa et al.
s-47 A condução de trabalhos nessa linha de pesquisa auxiliará a identificar e solucionar problemas que possam vir a ocorrer em decorrência da utilização, breve ou prolongada, de maiores porcentagens de biodiesel misturado ao óleo diesel.
s-48 2.2. Biodiesel de Melaço e Vinhaça de Cana-de-Açúcar
s-49 O biodiesel utilizado neste estudo foi o fornecido pela empresa Ouro Fino Participacoes e Empreendimentos S/A.
s-50 O processo de obtenção deste se inicia com a extração de leveduras alimentadas com melaço e vinhaça de cana-de-açúcar.
s-51 De posse do óleo se segue a rota convencional de transesterificação [8] para se produzir o biodiesel como representado na Figura 2-1.
s-52 pouca literatura relacionada a produção de biodiesel a partir desta matéria-prima e menos ainda ensaios de emissões e eficiência deste em motores diesel, porém muito se produziu na literatura a respeito do uso de biocombustíveis de segunda geração e da importância destes atualmente.
s-53 A rota convencional de transesterificação, citada a cima, também chamada de alcoólise (ou até metanólise caso utilizado o metanol) é reação química entre um éster e um álcool da qual resulta um novo éster e um álcool, mostrada na Figura 2-2.
s-54 Este processo tem sido largamente usado para reduzir a viscosidade elevada de triglicéridos como afirma Lobo et al [9].
s-55 A reação de transesterificação é representada também de forma simplificada na Figura 2-3 [10].
s-56 A cana-de-açúcar, matéria prima do biodiesel em estudo, é largamente explorada no país devido a forte política nacional de incentivo a produção de bioetanol.
s-57 A produção do bioetanol baseia-se na fermentação do mosto obtido a partir do caldo e do melaço da cana-de-açúcar por leveduras como apresentado por Paulillo et al [11].
s-58 Rendimentos industriais acima de 90% têm sido obtidos por várias destilarias brasileiras, o que em parte justifica o sucesso da produção e utilização do bioetanol no país.
s-59 Este processo gera enormes quantidades de bagaço e a vinhaça.
s-60 Os valores estimados destes resíduos produzidos no Brasil, em 2011/12, são de 154 milhões de toneladas de bagaço (50% umidade) e 300 bilhões de litros de vinhaça.
s-61 O bagaço é utilizado principalmente para produção de energia e eletricidade através da queima em caldeiras.
s-62 Quanto à vinhaça, seu uso principal tem sido a ferti-irrigação das áreas cultivadas com cana-de-açúcar.
s-63 De qualquer forma, o transporte de grandes volumes de vinhaça representa um custo elevado para a indústria.
s-64 Tecnologias para reduzir o volume de vinhaça têm sido desenvolvidas, como é o caso das fermentações com alto teor alcoólico.
s-65 A transformação da vinhaça em produtos de alto valor agregado representa um desafio cientifico e tecnológico para o setor sucroalcooleiro.
s-66 Para vencer estes desafios é necessário identificar oportunidades para a indústria reduzir seus custos de produção com menor impacto na natureza.
s-67 Além disso , estas soluções devem ainda ser de fácil aplicabilidade para setor sucroalcooleiro.
s-68 Dentre as oportunidades vislumbradas estão a produção de biodiesel a partir da vinhaça.
s-69 O excesso de vinhaça associado ao melaço, produzido também a partir do caldo (Figura 2-4), pode ser usado para produzir lipídeos e posterior produção de biodiesel, reduzindo o consumo de óleo diesel como demonstrado pelo BNDES [12].
s-70 Isso é possível através da elaboração de um processo de biorefinaria integrada à produção do etanol.
s-71 Para isso, é necessário selecionar leveduras que sejam capazes de crescer em um ou em ambos os substratos.
s-72 Figura 2-4 Rota Convencional de Produção de Etanol
s-73 Os lipídeos produzidos serão extraídos das células e usados na produção de biodiesel.
s-74 A produção do biodiesel é realizada através de da rota convencional de transesterificação.
s-75 Desta forma, a vinhaça passa a ter um destino a mais por ser tratado como uma matéria-prima geradora de riqueza adicional, que a sua utilização não implica a redução da produção de etanol.
s-76 Capítulo 3 - Aparato Experimental
s-77 3.1. Motor Utilizado
s-78 Conforme mencionado anteriormente, para a obtenção dos valores experimentais foi utilizado um motor monocilíndrico de injeção direta.
s-79 Todos os instrumentos de medição que serão apresentados nesta seção, bem como seus modelos, faixa de medição e incertezas de medição associadas, estão descritos no Apêndice A.
s-80 A Erro!
s-81 Fonte de referência não encontrada.
s-82 mostra, resumidamente, o esquema do aparato experimental.
s-83 Basicamente, a aquisição de dados foi realizada por dois grandes grupos de equipamentos de medição.
s-84 São eles: - o sistema de medição relacionado ao torque, potência e rotação e ao controle de temperaturas (em várias partes do motor); - o sistema de medição da percentagem dos gases de descarga.
s-85 Figura 3-1 - Esquema simplificado das medições no experimento
s-86 Fisicamente o aparato utilizado foi disposto como mostrado na Figura 3-2.
s-87 3.3. Dinamômetro e Sensores de Temperatura
s-88 O dinamômetro utilizado é da marca DINAMATIC, do tipo corrente parasita (ou de absorção), onde o usuário pode simular o torque desejado através do sistema de aquisição de dados utilizado (DinMon).
s-89 O software do sistema DinMon possui dois canais de saída analógica, um para controle da rotação e outro para controle do torque.
s-90 Ainda possui oito canais de temperatura compatíveis com termopar tipo K.
s-91 Através deste sistema foram medidas: rotação, torque, potência e temperaturas (água de resfriamento do motor, ar de admissão e gases de descarga).
s-92 A Figura 3-3 e Figura 3-4 mostram os sensores de temperatura instalados no motor e a tela do sistema de aquisição de dados DinMon: 3.4. Medição da Massa de Combustível Utilizada por Ciclo
s-93 A massa de combustível utilizada em cada ciclo é obtida através do consumo do motor, em gramas por segundo (g/s).
s-94 O reservatório de combustível é colocado sobre uma balança de precisão ( Figura 3-5 ) e a cada minuto é anotada a leitura da balança , até que se completem três minutos , obtendo-se assim , por diferença entre as anotações , a vazão de combustível ( ) em g/s. .
s-95 Considerando-se que o ciclo do motor é realizado a cada duas rotações completas do eixo de manivelas, chega-se a expressão da massa de combustível (em kg) utilizada em cada ciclo: (3.1)
s-96 3.5. Medição dos Gases de Descarga
s-97 O medidor é capaz de medir os seguintes gases: O2, CO2, CO, NOx e HC (hidrocarbonetos não queimados), sendo estes dois últimos medidos em partes por milhão (ppm), e os demais em percentagens do total (sem a água).
s-98 O medidor envia as informações ao sistema de aquisição de dados MMV2000 (Figura 3-7), as quais são processadas e interpretadas, enviando ao usuário as informações quantitativas dos gases de descarga.
s-99 Figura 3-7 - Foto da Tela do Sistema de Aquisição de Dados MMV2000
s-100 3.6. Cálculo das Incertezas

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